sábado, 16 de abril de 2011

O que satisfaz


Há um tempo atrás, queria mudar o mundo
E realmente era tola o suficiente pra acreditar em tal utopia
Mas agora enfim, vejo que é o mundo que está me mudando.
Ando tão cansada, desestimulada e cada vez mais fraca…
Sem vontade de mim, sem vontade de lutar
Fria e calculista
Mas ainda assim, metade de mim é o que eu busco,
É o que espero, é a paz que venero
É a simplicidade que me acolhe a alma,
É o que tanto desejo
É a loucura de um gesto de ternura
E é tudo o que eu peço.
Não quero mais perder horas do meu tempo
Procurando os caminhos e as respostas certas…
Porque eu nem sei mais o que é certo de verdade,
E só pra constar, o que é de verdade
Nesse faz de conta niilista?
Só o brilho mentiroso das estrelas do lado de fora
Já não me completa mais
Quero é ver o brilho no olhar
Porque não basta mais o ideal perfeitinho
Só o que é real e sentido satisfaz.

sábado, 9 de abril de 2011

Ideologia


Ideologia, assim como reza a musica, eu também quero uma para viver. Contudo, mais do que só isso, eu quero uma razão, quero uma consciência, um por que sim e um por que não e enfim eu quero saber e compreender o que me pauta e o que poder vir a me pautar. Não quero só uma raiz social e um conjunto inconsciente de idéias e ideais que articulam emocionalmente meus possíveis princípios etnocêntricos.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Lispector



Eu, assim como Lispector, fiz do amor um calculo matemático errado.  Na verdade, eu nunca soube acertar no amor por que eu sempre quis entender e compreender demais. Objetivamente eu precisava de definições e padrões, só resultados efetivos eram satisfatórios. Mas, hoje começo a perceber que a lógica do amor é concretamente a sua falta. Seu é está em não ser.
Postulei tão magnificamente um amor que, todavia, era simetricamente pautada na racionalidade intelectual classicamente egoísta e hipócrita e por isso perdi inexoravelmente a grandeza primeira do amor, que é por excelência puro.
Arrogantemente traduzi o imensurável e fiz dele uma regra absoluta, apenas e  simplesmente para satisfazer minhas inseguranças e inflamar meu ego e assim acabei por deturpar  o significado de amar.
 Quis fazer nascer o sentido da lógica que tem sua razão de ser exatamente por não fazer sentido.  E ao brincar de deus do amor extrapolei a hipocrisia dessa dialética socialmente móvel, que não necessariamente tem que ser concreta, mas que tem, inevitavelmente, sustentado a alienação das relações afetivas.
Talvez eu só tenha protelado com as palavras, porque no fundo estou desesperadamente perdida no meu próprio exponencial quadrático que tão tolamente pensei ser a resposta da equação do amor.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Respostas que não se encontram!

Quem dera esse fosse realmente o fim do dia e a noite do começo do nosso ultimo sonho onde enfim a realidade não fosse tão amarga e onde todas as coisas que gostaria de poder te dizer não morressem no meio do percurso... Mas não se começa um sonho e dele se constrói uma verdade, mas bem que eu queria te olhar nos olhos como se ainda tivesse a inocência de uma menina e poder te abraçar bem apertado sem medo dos fardos acumulados e nem os lábios silenciados. Sei que sou uma ridícula porque não há como transformar a dor de fantasiosas ilusões no milagre do amor,mas como não ser patética e de que modo completar esse vazio e preencher essa esperança que desequilibra a balança de fato eu ainda não sei,mas será que de fato existe um jeito de guardar esse sentimento que eu não escolhi pra sentir e não mais ser corpo de toda essa tristeza  que tanto mascaro ?  acho que só me resta o gosto infinito das respostas que não se encontram.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Seres em conflito!



Quem ta vendo hein
Com sorte apreciaremos as flores nascer
Mas nunca quando murchas vamos sentir a sua morte
O que é bom hein
Os mocinhos murcham o tempo todo de múltiplas escleroses
E os meus ídolos tão no chão
Prêmios nobéis distribuídos às melhores bombas atômicas
Mentira, hipocrisia e desrespeito
Um oba as tarjas pretas que cobrem nossos olhos
Te ensinam a contar
E logo depois é sempre preciso lucrar
Criamos  doenças o tempo todo
Pra depois vender suas curas
Dizem que não é certo roubar
Mas a todo tempo roubam nossa dignidade e nosso respeito
Fetos, espertos já dignos de aborto
antes morrer vivendo a viver morta
perguntam as respostas ninguém sabe onde
eu fecho os olhos e pergunto.... o silêncio responde:
ME ESCUTEM !
Seres em conflito,
Eu sou uma brasileira sem  nome bonito ou futuro de cinema
Mas não quero guerras implorando por paz!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Boneca de neve


Decidi numa noite fria de outono que quando o amanha chegasse eu ia viver intensamente no braço do futuro e rasgaria os laços do passado, ia correr pela praia ao sul e ouviria a melodia das ondas ao fundo, ia sempre andar nas sombras dos arvoredos inalando assim o perfume das flores que enfeitariam o jardim.
E quando o amanho enfim chegou e tudo aconteceu me senti vazia.  Eu não estava mais dolorida, mas eu estava sozinha e não havia satisfaça alguma. As nuvens escuras no céu que anuncia que uma tempestade está por vir não faz mais parte do meu cenário, assim como a calmaria do momento seguinte compartilhada em silencio num abraço apertado também não faz mais. Um ou outro detalhe imperfeito ou relapso me deixava magoada, mas agora toda essa perfeição hipócrita me deixa irritada. Aquela antiga ferida de coração partido, de sonho perdido e de amor ferido não mais existe. Hoje tudo é um grande nada. O presente ainda é áspero e distante da felicidade. O sabor de superar velhas fraquezas não fez com que eu fosse mais forte e só  o que sinto é estranheza e incapacidade. As lágrimas que por muito me fizeram companhia de baixo do chuveiro num domingo a noite secou definitivamente, só o que restou foi esse nó na garganta, porque apesar de não ter mais do que e nem de quem reclamar não há do que e nem de quem se gabar. Nesse caso, no fim das contas, não há diferença se ganhei ou perdi, pois mesmo com a corrida ganha o troféu nunca será meu. Por alguns segundos, fechar os olhos e agir como uma inconseqüente parece tão absurdamente tentador, mas então esses segundos se acabam e tudo volta, os problemas ainda existem e só tendem a piorar. Essa bola de neve de confusões dentro da minha cabeça só aumenta e eu não quero ser uma boneca de neve, eu quero ser quente e queimar.